Quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Esse é o cenário depois de entrar em vigor o Novo Marco Legal do Saneamento. O IBGE também aponta que a falta de saneamento mata 11 mil pessoas por ano no Brasil. Desse número, há uma grande quantidade de óbitos de idosos com 60 anos ou mais.
A Biosaneamento entende que os números são maiores do que os divulgados pelas autoridades, já que as comunidades irregulares não entram na conta. Apesar disso, os dados ajudam a nortear políticas públicas.
O que reconhecemos trabalhando em territórios com falta de saneamento é: o perfil dos brasileiros que mais sofrem com essa realidade são os grupos sub-representados: pessoas pretas, pardas,, indígenas e de baixa renda, que vivem em favelas e comunidades carentes.
Muitas comunidades urbanas periféricas, como favelas e assentamentos informais, carecem de acesso adequado a serviços básicos, incluindo saneamento. Somente 50% do volume de esgoto do país recebe tratamento, o que equivale a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto in natura sendo despejadas diariamente na natureza.
Municípios dos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais ocupam as primeiras posições do ranking, liderados por Santos (SP). Entre os 20 piores estão municípios da região Norte, alguns do Nordeste e Rio de Janeiro. A última posição é ocupada por Macapá (AP).
Além das favelas e comunidades urbanas, as áreas rurais, muitas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas também enfrentam problemas de sistemas de esgoto. O prejuízo atinge também as crianças, que crescem em ambientes sem saneamento adequado e crescem com maior risco de desnutrição, doenças e atrasos no desenvolvimento físico e cognitivo.
A Biosaneamento atua para mudar essa realidade, com propostas e projetos que partem do conhecimento da realidade local para desenvolver soluções, visando a universalização do saneamento básico no Brasil. Para enfrentar esse desafio, são necessários investimentos significativos em infraestrutura de saneamento, políticas públicas inclusivas e programas de conscientização para garantir que todos os brasileiros tenham acesso a condições de vida dignas e saudáveis.
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