E se o saneamento básico fosse prioridade no Brasil?

O saneamento básico ainda é um dos maiores desafios de infraestrutura no Brasil. Estima-se que cerca de 100 milhões de brasileiros não tenham acesso à rede de esgoto — uma realidade alarmante que afeta diretamente a saúde pública, a economia e o meio ambiente. Nesse cenário, é urgente refletir sobre o papel do saneamento como um direito básico e uma prioridade nacional.

A ausência de acesso a saneamento adequado resulta em doenças que poderiam ser evitadas. De acordo com o Instituto Trata Brasil, todos os anos, mais de 340 mil pessoas são internadas no país por enfermidades relacionadas à água contaminada. Crianças e idosos são os mais afetados, revelando uma face cruel da desigualdade social. Isso sem contar os impactos silenciosos no cotidiano das famílias que convivem com esgoto a céu aberto.

Do ponto de vista econômico, os números também são contundentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada R$ 1 investido em saneamento, o país economiza até R$ 4 em saúde pública. Ou seja, além de ser uma questão humanitária, investir em saneamento é uma medida inteligente e eficiente para os cofres públicos. Menos internações significam menos gastos com tratamentos, medicamentos e ausências no trabalho.

O impacto ambiental da falta de saneamento também é devastador. Mais de 80% dos rios brasileiros sofrem com a poluição causada pelo esgoto não tratado. Isso afeta diretamente os ecossistemas, a fauna, a flora e, principalmente, as comunidades ribeirinhas que dependem desses corpos d’água para viver. Sem saneamento, comprometemos a saúde do país como um todo.

Imaginar um Brasil onde o saneamento seja tratado como prioridade é imaginar um país mais justo, saudável e sustentável. A transformação depende de escolhas políticas, sociais e individuais. É possível mudar essa realidade e isso começa quando reconhecemos a importância do saneamento como base do desenvolvimento humano e ambiental.

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